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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

SAFO - A GRANDE POETISA DE LESBOS

 



          Safo foi uma célebre poetisa grega da ilha de Lesbos, contemporânea de Pitaco e Alceus. É conhecida por sua poesia escrita para ser cantada ao som da lira. 

           Na música antiga predominava uma expressão grande e dolorosa. O mundo dos sons, como o das palavras, vive da sua herança. Quarenta séculos não esqueceram Safo. 

           Sem dúvida, são poemas que a imortalizam; mas sobre que ritmos os construiu ela? Sobre os seus próprios. A obra sáfica não marcou senão a literatura. Sua lira a cantou e os poetas,por seu turno, a transmitiram. Achar-se-á em outro lugar sua história: a de uma apaixonada da Beleza, ardendo qual uma chama sobre a terra abençoada de Mitilene e que, despedaçada por paixões imperiosas, depois de um último canto, atirou-se ao mar do alto de um rochedo. (VI século antes de Cristo.) 

          Quase um milênio se passará antes que uma outra voz melodiosa se faça ouvir. Ela vibrará no século VI antes de nossa éra, na Grécia de ares tépidos e transparentes. Safo nasce na ilha de Lesbos, onde forma sua escola, falanges de poetisas e musicista. 

          Que se sabe da sua vida, de sua morte? Quase nada, fora a lenda que a cerca. Ardendo de amor por Fáron, o belo efebo, e repelida por ele, vai achar seu túmulo no mar, onde se precipita do rochedo de Leucade. Morte, sem dúvida, tão fantasiosa quanto a sua existência de cortesã, ou o vício cujo nome deriva da ilha natal. 

         Para celebrar o amor, a paixão, a beleza, ela encontra a estrofe "sáfica". De seus poemas, que formavam nove livros, de ritmos e inspirações múltiplas, de acento eternamente novo, de uma arte natural e requintada não restam senão duas odes e alguns fragmentos. Mas eles encantarão sempre, como a própria Safo encantou e encantará para sempre seus inspiradores, escultores, pintores, músicos, poetas, romancistas.

Nicéas Romeo Zanchett 




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

SALOMÉ E A ARTE DA DANÇA

 




     Uma só arte, no mundo antigo, era ensinada à moça e cultivada com zelo pelas mulheres. Caminho único para o sonho, única evasão prazenteira permitida a criaturas das quais as leis fazem perpétuas tuteladas: a arte do ritmo, que  engendra  a Música e a Dança. 
        Esporte de cultura, a dança é honrada desde as primeiras eras como a elevação aos deuses de uma prece perfeita, porquanto une os movimentos do corpo aos do espírito. Em ritmos consagrados, tocados na lira ou no saltério e acompanhados de tamborins e flautas, os gestos se tornam rituais e ajudam a desenvolver, em linguagem simbólica, a harmonia das formas e do pensamento.  
         Mas, se as danças sacras tem as suas sacerdotisas, que participam de todas as grandes festas da Grécia, quão mais fascinante é a linguagem das danças profanas: as danças que serviram a Salomé, sobrinha de Herodes-Antipas, para obter a cabeça de São João Batista. 
      Ela era uma bailarina-criança, menina de nobre estirpe, que possuía o segredo dos gestos mágicos, herdados do Egito e do Oriente por vetustas sabedorias. Não é igualmente graças a ele que Teodora, filha de um beluário, seduz Justiniano a tal ponto que ele a eleva ao trono de Bizâncio?  Esses gestos são combinações de atitudes que participam da magia. 
          A música concorre também, mas como apoio á melodia; composto unicamente de hinos, canções e coros, seu concurso é,antes de tudo, vocal e instrumental, mas sem noção de orquestra. 
Nicéas Romeo Zanchett 


CORNÉLIA AFRICANA

 



           Cornélia Africana foi uma matrona romana do século II a.C., mãe dos irmãos Gracos, conhecida  pela virtude e força de caráter. 
          Roma herdou primeiro o culto ateniense da graça. Mas suas mulheres, de estrutura mais forte sob o cinzel dos escultores italianos, tomaram formas mais cheias, algum tanto pelo pesadas mesmo, de matronas respeitáveis. O cinzel fixou os traços de Cornélia. Breve a mãe dos Gracos, resplandecente e viçosa, suplanta as esbeltas belezas das Vênus de Praxíteles. Depois, subitamente, a noite. 
Nicéas Romeo Zanchett 
     



ASPÁSIA -

 



  Aspásia foi uma pensadora grega nascida na cidade de Mileto, na Ásia Menor. Era uma imigrante influente da Atenas da Era Clássica; foi amante e parceira do estadista Péricles. 
        Um navio vindo da Ásia entra no porto de Atenas. A bordo, uma moça apoiando-se na amurada, sonha a conquista da mais bela cidade do mundo. É projeto digno de uma filha de Mileto, cidade célebre pela beleza das suas mulheres. Mal se junta a jovem com os atenienses, ouve os murmúrios laudatórios que a seguem até o muro das Cortesãs, onde ela não se acanha de inscrever o nome: Aspásia. Nesse momento passa um homem. Ela ainda há pouco reparou nele: é o orador que fascinava um público numeroso, agrupado em redor dele como um enxame. Ele a fita e, em vez de gravar no muro por seu turno, como declaração de amor, versos em que lhe diria: - "Aspásia tem os olhos meigos como os da gazela e a cútis das faces semelhante à das rosas na aurora", inscreveu simplesmente: Péricles. Assim principiou em Atenas o duplo reinado do gênio e da beleza. 
           Aspásia tornou-se a alma do século. Não desejou Péricles que os traços encantadores se fixassem para sempre no mármore? Fídias imediatamente a esculpiu com Atena. Por mestre ela teve Sócrates, e por hóspede o filósofo Anaxágoras. 
           Que importa se, após a morte de Péricles, ela tenha casado com um riquíssimo vendedor de bois?... Sua fortuna permitiu-lhe enriquecer os artistas de Atenas. E não possuía ele o tesouro mais cobiçado da Grécia?
Nicéas Romeo Zanchett 
            



FRINÉIA

 

O julgamento de Frinéia 

          Foi em Elêusis, durante uma festa em honra a Netuno. Sabia-se que Frinéia, a grande cortesã, de quem toda a Grécia louvava as formas perfeitas, viria, velada, passear à beira-mar.
         No meio da grande multidão que acorrera, um homem de nome prestigioso: Apeles, o pintor. Frinéia avança na praia, cada vez mais perto das ondas: de repente, desembaraça-se dos véus e, deusa encarnada como nos primeiros dias do mundo, entra nua no mar. Esse gesto valeu à Grécia a obra-prima de Apeles: a Vênus Anadiómene. 
Nicéas Romeo Zanchett 

AS MIL E UMA NOITES



      Se o sultão Shahriyar jamais roçou o colo de uma Sheherazade, que quase mandou estrangular, salvou a mulher mais genial de todos os tempos. 

       Esse potentado da Pérsia, certa vez enganado por uma mulher, jurou que não o seria mais. Cada manhã, uma nova esposa passava desta vida para a outra. 

       Temerária, a filha do seu vizir ofereceu-se a esse destino,prometendo a si própria que dele escaparia. Só pedia uma graça: terminar, na câmara nupcial, uma história que estava contando à sua irmã Dinarzade. A aurora veio interromper a narração num episódio palpitante. A hábil narradora escapou ao carrasco por três anos; o cruel, o tirano se fez escravo.

       Não saíram de mina alguma, diariamente mais preciosos que esses contos árabes, vindos da Pérsia. Que sua origem, se a atribuída a uma mulher, real ou fabulosa, é a homenagem mais lisonjeira que se possa conceber. Nenhuma coro, venha ela de Golconda, tem o valor dessa sobre a cabeça de uma filha de Eva.

        Nicéas Romeo Zanchett 

A MULHER E A ARTE

 


     NA  ANTIGUIDADE - A Arte grega se inspira no corpo feminino e lhe consagra verdadeiro culto. A Arte romana faz da mulher um modelo mas, à medida  que sua presença espiritual se impõe, a pessoa física aparece em função do seu papel no Estado. 
          A homenagem dos gregos à Beleza se traduz pelo culto da forma, cuja perfeição se encontra nas linhas do corpo feminino. 
          A mulher, considerada não pelas virtudes morais, mas antes pelas qualidades físicas, torna-se logo a sacerdotisa dessa religião de estética. 
        

        NA IDADE MÉDIA - Até o século X, a mulher é banida da Arte. No século XIV, uma consequência do Amor cortês é a reabilitação feminina e, em breve seu predomínio reconquistado. 

           NA RENASCENÇA -  O Culto pagão da beleza renasce em entusiasmo. 

           NO SÉCULO XVIII - Vemos o triunfo da Mulher francesa, que reúne às graças do corpo às dos espírito. 

          A MULHER MODERNA - Ela surge com um papel a representar, como inspiradora, na Pintura Moderna, na Música, na Literatura e lhe abre os mais belos horizontes. 

           Em tais períodos surgem as Inspiradora e as Criadoras. Aqui vamos ver quais foram, no decurso desses períodos, as que, pela influência, pelo  talento ou gênio, deixaram lembrança mais durável na história das Artes em geral. 

Nicéas Romeo Zanchett 

A MULHER NA PINTURA E NA ESCULTURA

  Eva seduzindo Adão. Não há homem que não se renda aos encantos de uma mulher.       Observar uma pintura é uma atividade cultural que, de ...