Aspásia foi uma pensadora grega nascida na cidade de Mileto, na Ásia Menor. Era uma imigrante influente da Atenas da Era Clássica; foi amante e parceira do estadista Péricles.
Um navio vindo da Ásia entra no porto de Atenas. A bordo, uma moça apoiando-se na amurada, sonha a conquista da mais bela cidade do mundo. É projeto digno de uma filha de Mileto, cidade célebre pela beleza das suas mulheres. Mal se junta a jovem com os atenienses, ouve os murmúrios laudatórios que a seguem até o muro das Cortesãs, onde ela não se acanha de inscrever o nome: Aspásia. Nesse momento passa um homem. Ela ainda há pouco reparou nele: é o orador que fascinava um público numeroso, agrupado em redor dele como um enxame. Ele a fita e, em vez de gravar no muro por seu turno, como declaração de amor, versos em que lhe diria: - "Aspásia tem os olhos meigos como os da gazela e a cútis das faces semelhante à das rosas na aurora", inscreveu simplesmente: Péricles. Assim principiou em Atenas o duplo reinado do gênio e da beleza.
Aspásia tornou-se a alma do século. Não desejou Péricles que os traços encantadores se fixassem para sempre no mármore? Fídias imediatamente a esculpiu com Atena. Por mestre ela teve Sócrates, e por hóspede o filósofo Anaxágoras.
Que importa se, após a morte de Péricles, ela tenha casado com um riquíssimo vendedor de bois?... Sua fortuna permitiu-lhe enriquecer os artistas de Atenas. E não possuía ele o tesouro mais cobiçado da Grécia?
Nicéas Romeo Zanchett
Nenhum comentário:
Postar um comentário