Se o sultão Shahriyar jamais roçou o colo de uma Sheherazade, que quase mandou estrangular, salvou a mulher mais genial de todos os tempos.
Esse potentado da Pérsia, certa vez enganado por uma mulher, jurou que não o seria mais. Cada manhã, uma nova esposa passava desta vida para a outra.
Temerária, a filha do seu vizir ofereceu-se a esse destino,prometendo a si própria que dele escaparia. Só pedia uma graça: terminar, na câmara nupcial, uma história que estava contando à sua irmã Dinarzade. A aurora veio interromper a narração num episódio palpitante. A hábil narradora escapou ao carrasco por três anos; o cruel, o tirano se fez escravo.
Não saíram de mina alguma, diariamente mais preciosos que esses contos árabes, vindos da Pérsia. Que sua origem, se a atribuída a uma mulher, real ou fabulosa, é a homenagem mais lisonjeira que se possa conceber. Nenhuma coro, venha ela de Golconda, tem o valor dessa sobre a cabeça de uma filha de Eva.
Nicéas Romeo Zanchett
Uma das histórias mais lindas de todos os tempos é atribuída a uma jovem mulher inteligente.
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